Rio - Quem olha para Joelma e Chimbinha, dupla que fez história ao propagar pelos quatro cantos do Brasil o tecnobrega e que vendeu 13 milhões de discos, sequer pode imaginar o caminho de pedras que os criadores da Banda Calypso trilharam até conquistar um lugar ao sol. E é exatamente isso que o diretor Caco Souza vai mostrar na cinebiografia do casal, que entra em produção em 2012: a superação da miséria após o estrelato meteórico.
“Eles passaram fome, eram bem pobres. A Joelma veio de Almerim, uma cidade extremamente precária. Chimbinha é de Marajó, que também não fica atrás. No filme, vamos mostrar esse contraste: a beleza da região amazônica e a falta de estrutura de lá, as dificuldades”, adianta Caco, que esteve com Chimbinha e Joelma segunda-feira, para acertar detalhes do roteiro. “Será um marco comemorativo na nossa carreira e deve mostrar ao público, além da trajetória artística da Banda Calypso, um lado menos conhecido da dupla”, deseja Chimbinha.
Em relato ao diretor do longa, Joelma confessou que era muito difícil ter acesso à música em sua cidade. “Ela me disse que não tinha televisão. Em Almerin não pegava nem rádio. Tudo chegava em fita K7. Era a única forma de ter acesso”, conta Caco, que também vai mostrar a peregrinação dos dois em Belém, quando se conheceram. “Eles já tinham um material bacana. Mas as rádios não davam atenção. Foi uma trilha difícil. A Joelma sabia do trabalho de Chimbinha como produtor e foram apresentados por uma amiga em comum. Essa é uma grande história de amor que deu certo”, lembra Caco.
Embora tenha havido boatos de que Leona Cavalli viveria a cantora no longa, o diretor guarda a sete chaves o nome de quem deve encarná-la na telona: “Só posso dizer que é uma atriz que está muito a fim de fazer. Ela tem muitas semelhanças físicas com a Joelma e entende como queremos contar essa história. Está todo mundo muito curioso, mas ainda não posso revelar. Para Chimbinha, temos dois ótimos atores, mas ainda não fechamos”.
RUMO AO SUCESSO
Segundo o cineasta, que dirigiu recentemente o longa ‘400 Contra 1’, o filme vai ser uma superprodução, em parceria com a Playarte. “Ela entrou de cabeça com a gente. Estamos só dependendo da finalização do roteiro para fecharmos o orçamento. Vamos começar a filmar no comecinho de 2013”, revela ele, que espera ultrapassar o sucesso de ‘2 Filhos de Francisco’ (2005), que levou 5,3 milhões de espectadores aos cinemas. “Independentemente de ser sobre alguém famoso, é um
bom filme. O nosso também traz uma história muito bonita”, acredita.
O guitarrista da banda também quer aproveitar a oportunidade e chamar atenção para questões ambientais com a produção. “Como já fizemos em diversos momentos com nossa música, gostaríamos também de falar dos problemas que afligem a Amazônia, um patrimônio dos brasileiros que serve a toda a humanidade”, defende Chimbinha.